Vida Profissional Viva: Um Convite à Expansão na Maturidade

Trabalho é Movimento

A menopausa costuma ser descrita como uma fase de transformações no corpo — e de fato, é.
Mas o que nem sempre se fala com clareza é que essa transição também mexe com a nossa identidade profissional.

Muitas mulheres chegam até aqui se sentindo desconectadas do que fazem. Cansadas de uma rotina que antes fazia sentido, mas que agora parece pesada demais. Ou então se deparam com o medo de “não ter mais espaço no mercado”, como se o valor profissional tivesse prazo de validade.

Existe, inclusive, um mito silencioso que precisamos quebrar: o da aposentadoria emocional. Aquela ideia de que, depois de certa idade, devemos nos recolher, parar de sonhar, de buscar, de contribuir. Como se já tivéssemos feito tudo o que dava pra fazer — e o resto fosse só “manter”.

Mas eu acredito no oposto.

A menopausa pode — e deve — ser o momento de ressignificar o trabalho.
De permitir que ele se transforme em algo mais prazeroso, mais autêntico, mais alinhado com quem somos agora.
Sem as pressões de antes. Sem a cobrança por desempenho a qualquer custo.
Com mais verdade. Mais leveza. Mais sentido.

Pra mim, por exemplo, trabalhar é uma forma de autorrealização.
Não é um tempo desperdiçado — é um tempo que dedico a criar, pensar, fazer o que eu amo.
Claro que não preciso, nem quero, a mesma intensidade de antes. E sim, o ritmo pode (e deve) mudar.
Mas o prazer de seguir ativa continua.

A tecnologia, inclusive, nos abriu portas incríveis.
Hoje, posso atender pacientes em diferentes partes do mundo, sem estar fisicamente presente.
E neste exato momento, enquanto escrevo esse artigo, estou também trabalhando.
Não sou escritora — ainda. Mas amo me comunicar pela escrita. E quero compartilhar com o mundo a minha visão sobre a menopausa, porque eu vivo isso. Porque eu estudo isso. Porque o conhecimento é pra ser dividido.

Atendo mulheres incríveis todos os dias — biólogas, pesquisadoras, gestoras de ONGs, advogadas, executivas.
Tanto talento. Tanto potencial. Tanta potência acumulada que não pode ser desperdiçada nem limitada à obrigação.
Vamos viver muitos anos além do que antes era o “tempo regular” de produtividade.
E isso nos dá uma chance maravilhosa: a de trabalhar de outro jeito, com mais propósito e liberdade.

Claro, há quem ame o que faz desde sempre — e continue amando. E isso é lindo.
Mas o que vejo com frequência é outra realidade:
Mulheres que se sentem desanimadas, desconectadas, mas que não querem parar.
Elas querem seguir ativas — só não do mesmo jeito.

E é para essas mulheres que eu escrevo este artigo.
Pra te lembrar que você não precisa parar.
Você pode apenas mudar a forma de seguir.
Encontrar uma nova paixão. Ou reencontrar a sua.
Talvez reinventar a carreira. Ou apenas ajustá-la ao seu novo ritmo.

Meu convite aqui é pra isso:
Te inspirar a continuar em movimento — também no trabalho — de um jeito mais seu.
Porque a menopausa não é um fim. É uma chance de viver com mais presença, mais coragem e mais prazer.

Quando a Energia Muda, o Propósito Também Pode Mudar

Uma das grandes surpresas da menopausa é perceber que a nossa energia muda.
Não só a energia física, mas também aquela vontade interna de fazer, de criar, de se envolver.
E isso não tem nada a ver com preguiça ou desânimo gratuito.
Tem a ver com biologia. Com hormônios. Com fases.

O estrogênio, por exemplo, não é só um hormônio “reprodutivo”.
Ele influencia o cérebro, o humor, a motivação e até o quanto conseguimos manter o foco.
Com a queda hormonal, é natural que a gente se sinta mais dispersa, menos empolgada, ou até confusa em relação a coisas que antes nos animavam.

Muitas mulheres me dizem que se sentem meio “desligadas” do que fazem.
É como se aquela chama que antes queimava ali tivesse diminuído.
E eu sempre digo: isso não é o fim. Isso pode ser o começo.

Essa sensação de desconexão com a carreira atual — ou com a forma como ela é vivida — é comum.
E, ao invés de ser vista como um fracasso, pode (e deve) ser acolhida como uma oportunidade de renascimento.

Talvez o que precisa mudar não é o trabalho em si, mas o jeito como você se relaciona com ele.
Talvez o que te movia antes não é mais o que te move hoje — e tudo bem.
A maturidade nos convida a revisar propósitos com mais honestidade.

🌀 Como saber que está na hora de transformar algo?

Nem sempre a resposta aparece com clareza. Às vezes ela vem em forma de sinais sutis, mas insistentes:

  • Um tédio inexplicável diante de tarefas que antes faziam sentido.
  • Uma irritação recorrente, como se qualquer demanda fosse demais.
  • Um desconforto interno, aquela sensação de que você está presente, mas não está ali de verdade.
  • Uma pergunta que não cala: “É só isso mesmo daqui pra frente?”

Se você tem sentido algo assim, saiba: você não está sozinha.
E não, isso não significa que você está “velha demais” ou “fora do jogo”.
Significa que você está amadurecendo com consciência — e isso é potente demais para ser ignorado.

Talvez seja a hora de ajustar a rota.
Ou simplesmente mudar o ritmo.
Ou até mergulhar em algo completamente novo.

O importante é entender que quando a energia muda, o propósito também pode (e merece) mudar.
E isso não é um sinal de crise — é um sinal de evolução.

Manter-se Ativa é Manter-se Viva

Há uma força poderosa em continuar em movimento.
E aqui, não estou falando só de corpo — estou falando da mente, das conexões, da presença no mundo.

O trabalho, quando bem vivido, é uma forma incrível de nos mantermos vivas.
Ele estimula o pensamento, desafia nossas ideias, coloca a criatividade em movimento e, mais do que tudo, nos conecta com outras pessoas e com nós mesmas.

Mesmo quando não estamos mais no mesmo ritmo de antes, mesmo que tenhamos mudado de interesses ou precisemos de mais pausas, o ato de continuar ativas profissionalmente tem valor profundo.

🤝 Conexão social, estímulo cognitivo, autonomia emocional

Trabalhar — com propósito, com leveza, com prazer — é também uma forma de cuidar da nossa saúde mental e emocional.
A troca com colegas, pacientes, clientes, alunas, parceiros de projeto… tudo isso mantém nossa mente afiada e nosso coração aquecido.
É mais difícil se sentir sozinha quando estamos envolvidas com algo que nos movimenta.

E há algo ainda mais importante: a autonomia.
Mesmo que o trabalho não seja mais uma necessidade financeira, ele pode continuar sendo um território de liberdade emocional e intelectual.

🌿 Ativa, sim. Mas no seu tempo, no seu ritmo

Manter-se ativa não significa viver na mesma correria de antes.
Talvez agora seja o momento de adaptar a rotina.
De escolher horários que respeitam seu corpo, projetos que te fazem sorrir, pessoas que te inspiram.

Você pode, por exemplo:

  • Reduzir o volume de trabalho, mas aumentar o significado do que faz.
  • Mudar o formato — presencial, híbrido, remoto.
  • Criar espaços de trabalho mais saudáveis e acolhedores (inclusive dentro da sua casa).
  • Permitir-se dizer não. Escolher melhor. Respirar entre uma tarefa e outra.

Estar ativa não é estar sobrecarregada.
É estar em sintonia com sua fase — e ainda assim em movimento.

❌ “Já passou da idade”? Só se você acreditar nisso.

Uma das armadilhas mais comuns que vejo mulheres incríveis enfrentando é o pensamento limitante de que não há mais espaço para elas no mercado.
Mas veja: isso não é uma regra. Isso é um mito. E um mito velho, cansado e ultrapassado.

Você não precisa provar nada a ninguém — mas também não precisa se esconder.
Há um mundo lá fora sedento por sabedoria, maturidade, visão, experiência.
E tudo isso você tem de sobra.

Você ainda tem muito o que viver, o que criar, o que expressar.
Estar ativa, em qualquer medida que fizer sentido, é uma forma linda de dizer:
“Ainda estou aqui. Ainda tenho o que oferecer. E estou só começando uma nova fase.”

Gere o texto para a seção do blog.

4. Encontrar uma Nova Paixão Profissional: Sim, é Possível!

Histórias de mulheres que mudaram de carreira depois dos 40, 50, 60.

Como reconhecer suas habilidades naturais e o que te faz vibrar.

O valor da experiência acumulada: tudo o que você viveu antes te preparou para o que pode vir agora.

Minha Jornada: Da Primeira Carreira à Nutrição com Propósito

Durante muitos anos, trilhei uma carreira sólida e gratificante. Foram 17 anos no mercado corporativo (dentro de empresas) fazendo algo que eu gostava, com envolvimento, dedicação e, sim, muitos momentos felizes.
Mas havia algo ali que eu ainda não sabia: a verdadeira paixão ainda não tinha se revelado.

Foi só mais tarde, que a nutrição entrou na minha vida — e entrou como um reencontro.
Mas não um reencontro com uma profissão. Foi um reencontro comigo mesma.
Fruto de um processo profundo de autoconhecimento, conduzido por terapeutas maravilhosos que me ajudaram a mergulhar no que havia de mais verdadeiro dentro de mim.

Não foi uma escolha impulsiva. Foi algo que brotou lá do fundo do meu ser, com força, com clareza e com aquele tipo de certeza que não precisa de justificativa racional.
Foi um caminho que floresceu de dentro pra fora, cheio de coerência, afeto e sentido.

Hoje, quando olho pra minha trajetória, vejo que meu signo de Câncer já apontava esse chamado: o cuidado, o acolhimento, o desejo genuíno de nutrir o outro — em todos os sentidos da palavra.

Mas algo lindo também aconteceu nesse processo: descobri que sou comunicadora.
Tenho um universo de assuntos que fervilham em mim, e hoje, mais madura, reconheço que sou, sim, multitarefa — e que isso não é uma sobrecarga, é uma potência.
É desse lugar que nasce esse desejo de compartilhar, de escrever, de falar com o mundo.
De transbordar.

E é por isso que digo, com o coração tranquilo e cheio de entusiasmo:
não é tarde para mudar. Não é tarde para crescer. Não é tarde para florescer.

Se o mundo espera que a gente desacelere…
Bem, talvez seja hora de surpreender o mundo.

Essa é apenas a minha história.
Você tem a sua.
E se ela estiver pedindo por uma nova direção, saiba: há caminho. E você pode construí-lo com calma, beleza e propósito.

Pequenos Passos para Se Reconectar com o Trabalho (ou Encontrar um Novo)

Nem toda mudança precisa ser drástica.
Nem todo recomeço precisa começar com um salto.
Às vezes, o que a gente precisa mesmo é dar um passo pequeno — mas com presença.

Se você sente que algo precisa se transformar na sua vida profissional, mas ainda não sabe por onde começar, minha sugestão é: comece por onde há curiosidade.
Porque onde há curiosidade, há vida pulsando. E onde há vida, há caminho.

🌱 Aqui vão algumas formas leves (e poderosas) de se reconectar:

  • Faça um curso novo — só por curiosidade, não por obrigação.
    Pode ser um tema que você sempre quis explorar, mesmo que não tenha utilidade imediata. Cozinhar fermentados? Astrologia? Comunicação não violenta? Terapias integrativas? O que te acende?
  • Participe de rodas de conversa, encontros e eventos que estimulem a troca.
    Estar entre mulheres que também estão se reinventando pode ser incrivelmente nutritivo. Às vezes, uma frase dita por alguém acende uma lâmpada dentro da gente.
  • Converse com mulheres que te inspiram.
    Pergunte sobre suas trajetórias, seus medos, seus recomeços. Isso não só nos aproxima, como amplia a visão de possibilidades reais.
  • Reflita: o que você faz com prazer mesmo nos dias mais difíceis?
    Aquilo que te mantém viva quando tudo está meio sem cor pode ser um bom indicador de onde vale investir energia. Talvez não como carreira imediatamente, mas como uma semente que merece solo fértil.

Voltar a se movimentar no trabalho não exige pressa.
Mas pede escuta.
E coragem para sair um pouco do lugar onde tudo parece “resolvido demais” — mas que, por dentro, não pulsa mais.

Se você der esse pequeno passo com sinceridade, o próximo vem com mais clareza.
E, de repente, você está em um novo caminho — com mais alma, mais significado, mais você.

Conclusão: Vida Ativa Também é Vida Profissional Viva

A ideia de que precisamos parar quando chegamos à maturidade é uma construção ultrapassada — e muitas vezes cruel.
Ela não respeita o tempo da alma, nem o ritmo interno de quem, na verdade, ainda quer seguir em movimento, só que de outro jeito.

A menopausa não precisa ser vista como o fim da produtividade, do entusiasmo ou da contribuição.
Ela pode ser, na verdade, o início de uma nova fase de expressão, liberdade e prazer.
E isso vale também para a vida profissional.

Trabalhar com prazer não é privilégio de poucas.
É, sim, uma escolha corajosa.
É escutar a si mesma, perceber o que ainda pulsa, o que faz sentido agora.
É parar de repetir padrões impostos e começar a criar rotas próprias.

Você não precisa ter todas as respostas.
Mas precisa de uma dose de confiança para dar os primeiros passos — mesmo que pequenos — rumo a algo mais alinhado com quem você se tornou.

E veja: essa reinvenção não precisa ser uma ruptura.
Ela pode ser sutil, gradual, cuidadosa.
Talvez você apenas reorganize a sua rotina para trabalhar com mais autonomia.
Talvez reencontre uma paixão adormecida.
Ou descubra algo totalmente novo que nem imaginava gostar.

O importante é entender que se manter ativa não é uma obrigação — é um presente que você pode se dar.
Não para agradar o mundo. Não para se provar.
Mas para sentir que você ainda está viva, conectada, vibrando, contribuindo com algo que te faz feliz.

Eu vejo isso todos os dias no consultório.
Mulheres incríveis, com histórias ricas, que estavam prestes a “desistir” de suas jornadas profissionais — e que, com um pequeno gesto de escuta, abriram caminhos para uma nova paixão, um novo projeto, uma nova missão.

E se você está lendo isso e sentindo um leve incômodo — talvez até uma vontade escondida — eu te digo com toda a sinceridade: confie.
Confie na sua bagagem.
Confie no seu tempo.
Confie no que ainda pode florescer — porque pode.

Que você siga em movimento.
No corpo. Na mente. No coração.
E, sim, na vida profissional também.

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